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Omicron: the sars-cov-2 strikes back


    ah sim, o cheiro de uma nova variante pela manhã.
    antes eu não havia entendido exatamente o por quê do furdunço, e ainda estou tentando.
 
    a primeira coisa, pelos dados e gráficos de Túlio de Oliveira, é que a a Omicron passou a dominar as novas infecções na África do Sul, atingindo 75% em duas semanas. E numa rinha de vírus com a Delta, que já arregaçou a África do Sul. Então isso sugere vantagem adaptativa.

via Tulio de Oliveira https://twitter.com/Tuliodna/status/1463911554538160130

    Após isso, no site do nextstrain, eu vi esse belo e assustador cladograma, comparando o número de mutações na proteína Spike do vírus (fundamental para reconhecer os receptores das células humanas e para a fusão com a mesma) com as outras variantes, e a Omicron dá um banho com 35 mutações, fora as mutações de outras partes do vírus.

https://nextstrain.org/ncov/gisaid/africa
    Como a proteína Spike (espinho, razão do nome do vírus, "corona") é alvo de vacinas, que fazem o nosso corpo produzir um pedaço inofensivo dela para que o nosso corpo passe a reconhecê-la e atacá-lo, isso pode diminuir a imunidade adquirida com a vacina e infecções prévias. Aí a vacina nesse caso estaria produzindo um modelo obsoleto para o nosso sistema imune treinar.

 https://covariants.org/shared-mutations
    Por fim, no site https://covariants.org/shared-mutations, há a lista e a comparação das mutações que a Omicron tem em comparação às outras, dando um panorama qualitativo também. Isso parece assustador de fato, pois ela possui mutações em comum  na proteína Spike com diversas variantes: 3 com a Delta, 6 com a alfa, 5 com a gamma e por aí vai. Muitas delas já tidas como clinicamente importantes, ao aumentarem carga viral, adesão ao receptor da célula, infectividade e etc. E outras, dentro das 35, cujo fenótipo não se conhece, ou seja, não se sabe como ela mudará a expressão do vírus, mas cuja existência por si só ameaça que as vacinas e anticorpos monoclonais (um tipo de medicação) funcionem mesmo, posto que para uma resposta imune robusta, é preciso que vários anticorpos pra partes diferentes da proteína funcionem (polyclonal response), e ela aqui se apresenta com uma outra figura.


Não será o inferno pelo qual já atravessamos, nem a liberdade vai cantar como nós queremos. Cada vez que isso se aproxima do horizonte, essa desgraça dá uma rasteira na gente. Ainda não entendi exatamente porque a Holanda, com 85% dos adultos vacinados, voltou a ter hospitais sobrecarregados e teve que enviar parte dos mesmos para a Alemanha. Se e quando a Omicron chegar, qual será o impacto no nosso sistema de saúde? 




Para detalhes da importância clínica das mutações, ver:







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